TUMORES CEREBRAIS PRIMÁRIOS

O QUE É?

Os tumores cerebrais primários ocorrem quando as células localizadas dentro do cérebro ou próximo a ele apresentam crescimento anormal. São relativamente raros em adultos, entretanto, é o segundo tipo mais frequente em crianças, além de apresentar maior incidência em idosos na faixa etária de 65 a 79 anos de idade. Com tudo, observa-se um leve predomínio na população feminina. 

A OMS classifica os tumores cerebrais primários de acordo com as células de origem, sendo 80% dos casos classificados como tumores neurogliais. Estes podem se desenvolver a partir de células como  astrócitos, oligodendrócitos e células ependimárias.

Embora essa classificação seja usada de forma global, o diagnóstico anatomopatológico pode ser difícil em alguns casos.  Os fatores de risco para o desenvolvimento dos tumores cerebrais ainda não elucidados, entretanto, é observado maior incidência em casos de mutação de genes supressores e em situações de imunodeficiência

SINAIS E SINTOMAS

O quadro clínico apresentado por pacientes com neoplasias cerebrais varia de acordo com a localização e tamanho do tumor, pois dependendo da localização pode comprimir e ou lesionar diferentes terminações nervosas ou tecidos.

Desde modo, a cefaleia é relatada em grande parte dos casos, cerca de 35% dos pacientes apresentam esse sintoma, assim como as crises convulsivas, sendo observada em ⅓ dos casos. 

Alguns outros sintomas comuns nesses casos são: 

  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Mudanças de personalidade;
  • Déficits de memória;
  • Desorientação;
  • Alterações de linguagem. 

Cerca de 5% dos pacientes relatam papiledema ( inchaço do nervo óptico ). Vale ressaltar que, ações terapêuticas como, cirurgia, quimioterapia, radioterapia, uso de fármacos antineoplásicos e corticoides também podem gerar  ou intensificar alguns desses sintomas. 

DIAGNÓSTICO 

Ressonância Magnética 

Hoje, um dos principais métodos utilizados para o diagnóstico de tumores cerebrais é a ressonância magnética. Esta é uma técnica de imagem médica usada para formar imagens tanto anatômicas como dos processos fisiológicos do corpo. 

Por meio deste é possível avaliar a extensão do tumor e comprometimento de tecidos próximos. Ainda, através da espectrometria, é capaz de fornecer informações a respeito de aspectos bioquímicos e metabólicos da lesão e do tecido saudável. 

Tomografia computadorizada 

Outro método empregado em grande parte das avaliações diagnósticas é a tomografia computadorizada.

Este procedimento não é invasivo e se baseia na combinação de raio-x com computadores especialmente adaptados. Assim, é capaz de criar imagens detalhadas dos mais variados tecidos do corpo humano.

Vale ressaltar, que o diagnóstico definitivo é baseado na avaliação histológica da lesão. 

Na maioria dos casos o estadiamento não se faz necessário, pois geralmente os tumores cerebrais primários ficam restritos ao compartimento intracraniano. 

Nos pacientes acometidos por tumores neuroectodérmicos primitivos, pela possibilidade de disseminação via espaço subaracnóideo, é de suma importância que se realize a investigação complementar do neuroeixo.

No caso de linfoma primário do sistema nervoso central, é necessário investigar o comprometimento ocular e recomenda-se realização de exames de tórax, abdome e medula óssea para avaliação sistêmica. 

TRATAMENTO 

A terapêutica dos tumores cerebrais primários podem ser feitas através de:

  • Tratamento cirúrgico;
  • Radioterapia;
  • Quimioterapia. 

Tratamento cirúrgico 

O tratamento cirúrgico também é usado para diagnóstico histológico, além de atuar na redução dos sintomas. Porém, em muitos casos não é possível a ressecção cirúrgica, devido à origem infiltrativa do tumor. 

Radioterapia 

A radioterapia é empregada em grande parte dos tumores cerebrais e pode ser aplicada de forma regional ou no encéfalo total. De modo geral, na radioterapia externa, ocorre aplicação da radiação de forma fracionada, porém, em lesões bem delimitadas ou pequenas, pode-se optar pela radiocirurgia. 

Esta variação da radioterapia consiste na aplicação de altas doses de radiação em uma única aplicação. 

Quimioterapia 

A quimioterapia é usada de forma concomitante à radioterapia. Tais terapêuticas focam  em  proporcionar ao paciente melhoras neurológicas e possibilitar melhor qualidade de vida, resultando em maior expectativa de vida. 

Aproximadamente, metade dos casos relatados são classificados como tumores benignos. Entretanto, é importante salientar que no  menor sinal de dúvida, ou na manifestação de sintomas já discorridos, se faz necessário a avaliação de um médico especialista. 

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