ANEURISMA INTRACRANIANO

O que é aneurisma?

O aneurisma é uma condição na qual as artérias se encontram com dilatação anormal. Esta dilatação é resultante do enfraquecimento da parede arterial. Alguns fatores que condicionam esse estado são:

– Hipertensão

– Aterosclerose

– Infecção

– Trauma

– Doenças do tecido conjuntivo, sejam elas hereditárias ou não.

Aneurisma intracraniano

Os dados não são claros quanto a prevalência do aneurisma intracraniano, entretanto, estima-se que cerca de 1 a 5% da população adulta conviva com essa condição. Vale ressaltar que normalmente os aneurismas são assintomáticos, até que ocorra sangramento.

O sangramento no aneurisma é relativamente baixo, os estudos indicam que sua incidência é de 6 a 16 casos por 100.000 habitantes por ano.

Esse quadro de hemorragia subaracnóidea relacionado ao aneurisma merece muita atenção pela sua gravidade, pois, apesar de todas as técnicas de tratamento oferecidas, ainda apresenta mortalidade global em torno de 25% e morbidade significativa em aproximadamente 50% dos sobreviventes.

A cefaleia de forte intensidade e início abrupto é uma queixa comum dos casos de hemorragia subaracnóidea. No entanto, a convulsão e a alteração do estado de consciência podem ser as primeiras manifestações de uma ruptura aneurismática.

Sinais e sintomas

É comum que os aneurismas cerebrais permaneçam assintomáticos por toda vida dos pacientes. Porém, podem ocorrer quadros sintomáticos ao longo do curso da doença.

 Nos quadros sintomáticos são observadas diversas manifestações clínicas, geralmente, causadas pelo efeito compressor do aneurisma sobre determinada região cerebral. Dentre os efeitos desta compreensão, são destacados:

– Paralisia oculares;

– Diplopia;

– Estrabismo;

– Dor orbital;

– Perda visual.

Entretanto, o pior cenário é observado com a ocorrência da ruptura do aneurisma, com subsequente hemorragia intracraniana. Esse risco é aumentado em detrimento do tamanho da lesão.

Aneurismas asintomáticos menores que 7 mm apresentam raras chances de rompimentos. Em contrapartida, os aneurismas de 7 mm ou maiores oferecem risco de ruptura de 2,6% a 14,5%, em geral, em um período de 5 anos a depender de sua localização.  

Aneurisma ou AVC?

Esses dois quadros são vulgarmente confundidos, no entanto, se tratam de problemas diferentes e por causas diferentes. Embora ambos apresentem condições graves e possivelmente fatais.

O AVC ocorre com o bloqueio do suprimento sanguíneo para determinada região do cérebro, comumente obstruído por um coágulo sanguíneo. Com a falta do devido aporte de oxigênio levado pelo sangue, as células morrem, comprometendo funções cognitivas na região cerebral afetada.

Assim, se instaura importante diferença entre os dois quadros. O AVC ocorre com o rompimento de vaso sanguíneo cerebral ou bloqueio do suprimento sanguíneo no cérebro, enquanto o aneurisma se caracteriza pela dilatação anormal da artéria resultante da parede arterial enfraquecida.

Outra diferença é que o aneurisma pode afetar outras partes do corpo, não se limitando somente ao cérebro. Vale ressaltar que ele se instaura como uma condição, diferente do AVC, que assume um caráter eventual.

Tratamento

É de suma importância o tratamento, principalmente, para aqueles com alto risco de ruptura com consequente hemorragia subaracnóidea, a fim de prevenir a morbidade e mortalidade associada.

O controle de fatores de risco aterosclerótico também ganha destaque no tratamento, sendo necessário a interrupção do tabagismo e avaliação devida do uso de hipotensores.    

Ainda, é necessário a prevenção de danos iatrogênicos nos pacientes que convivam com a lesão sem risco de ruptura.

Aneurisma não rompido

O tratamento de aneurisma não rompidos pode ser diferente para alguns pacientes, isto porque, o médico se baseia em algumas variáveis, como:

– Idade do paciente;

– Risco de ruptura;

– Tamanho e localização do aneurisma;

– História clínica pessoal e familiar;

– Posicionamento do paciente em relação ao fato de portar um aneurisma não tratado.

Aneurisma grande ou sintomático

Para aneurismas grandes ou sintomáticos, é importante que o tratamento seja individualizado, de acordo com:

– Morfologia do aneurisma;

– Estado clínico do paciente;

– Gravidade e a progressão dos sintomas.

Em casos onde esse aneurisma provoque compressão das estruturas neurais ou sintomas decorrentes de sangramento, pode ser aplicado terapia endovascular, como:

– Stents;

– Embolização espiral.

Ainda, pode ser necessário procedimentos cirúrgicos ou, dependendo da origem do aneurisma, terapêutica com antibiótico agressivo.

Aneurismas menores que 7mm

Já no tratamento de aneurismas menores (< 7mm) e assintomáticos, é necessário que seja realizado exames de imagem seriada, a fim de monitorar qualquer progressão da doença.

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